31 de jul. de 2009

Amor, Ódio, Indiferença.

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O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

26 de jul. de 2009

Feeling this ~

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Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos. (Clarice Lispector)

9 de jul. de 2009

SEJA UM IDIOTA

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A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. A vida já é um caos. Por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Putz! Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele! Milhares de casamentos acabaram não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não! Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Brincar é legal! Adultos podem - e devem - contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? (Ailin Aleixo)

2 de jul. de 2009

O tempo vai nos dizer quem é quem

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Os últimos dias têm sido tão estressantes. Nada se encaixa por completo, e o quebra cabeça teme em não ser montado pela falta de algumas peças. Tudo tem mudado tão repentinamente que eu tenho me assustado com alguns objetivos alcançados. Mas como dizia meu próprio vô: Perfeição é algo que nós mesmos criamos com o intuito de seguir um padrão, e quando notamos que essa perfeição nunca vai ser alcançada colocamos a culpa nos outros. E eu concordo plenamente.
Procurar a perfeição só complica mais as coisas, eu não sei mais o quanto eu consigo agüentar ficar calada por tanto tempo. Fiquei dias sem escrever uma mínima palavra, queria vir aqui e contar que tudo se resolveu, mas, isso não é verdade. Assim como nada se resolve, a minha inspiração tem sumido aos poucos. Acho que ela é a co-piloto das dores. E a partir das minhas dores eu acabo descobrindo meu lado mais filósofo de pensar. Mas, eu prefiro ficar dias sem postar e estar um pouco melhor com a minha própria vida, do que vir todos os dias contar das minhas tristezas. Sei que é chato, vocês já devem me conhecer pela Menina dos Medos. E isso daria um livro =)
Sabe, minhas opiniões mudaram tanto, eu precisei ver com meus próprios olhos para resolver colocar um ponto final em algumas coisas. Também notei que eu nunca mais vou ser a Princesinha dos Contos de Fadas, que ninguém vai estar acordado as 06:30 da manhã para cantar a música do Boi da Cara Preta pra mim dormir, e que pior ainda, quando eu estiver sozinha eu não vou ter a certeza de que alguém do outro lado do mundo vai estar sozinho também; esperando pela minha presença.
Se tudo muda tão rápido, o que será de mim daqui dois meses? E lá vem algo que vocês estão acostumados a ouvir: Tenho medo. Mudanças radicais requerem sentimentos radicais. E quem disse que eu estou preparada para mais uma mudança? Quem ousou citar que as últimas mudanças foram totalmente para a melhor? Eu? Não, eu não.

Eu sei que está faltando um pedaçinho pra me completar, mas eu não sei se estou disposta a completar meu quebra cabeças agora. Quero tentar viver sem a parte essencial da minha alegria, e quero acima de tudo mostrar que eu posso conseguir sozinha. E eu sei que posso.
E o pior é que tem coisas que não dão pra esconder, que ficam diante dos próprios olhos, tu tentas esconder, mas todo mundo já sabe. E sempre vão saber. Tenho visto que algumas coisas me fazem bem, e sinceramente? Não sei por quê. E eu sei que tudo sempre será assim, viver de palavras, de sonhos. Gosto de viver disso. Mas quando eu noto que tenho que encarar a realidade é bem mais doloroso.

Eu sou apenas uma guria que vive perdida em um mundo cheio de segredos. Ninguém nunca ousou tentar me entender, e os que tentam desistem. Seria eu uma problemática do terceiro milênio, ou é tudo coisa da minha cabeça? Eis a questão.

1 de jul. de 2009

Por favor, não me analise!

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Não fique procurando cada ponto fraco meu. Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu. Ciumenta, exigente, insegura, carente. Toda cheia de marcas que a vida deixou. Vejo em cada grito de exigência um pedido de carência, um pedido de amor. Amor é síntese. É uma integração de dados. Não há que tirar nem pôr. Não me corte em fatias, ninguém consegue abraçar um pedaço. Me envolva todo em seus braços e eu serei o perfeito amor.